A Ford continua a ter prejuízos de mais de 37 mil euros por cada veículo elétrico vendido, mas não está sozinha nessa situação. Com a desaceleração do mercado de veículos elétricos, várias marcas estão reavaliando seus investimentos, incluindo a Tesla.
Ao analisar os relatórios financeiros das montadoras, é possível identificar diversas marcas que operam com margens brutas negativas nos veículos elétricos. Isso significa que o preço de venda dos carros elétricos não cobre os custos de produção, sem considerar outros gastos operacionais, depreciação ou custos financeiros.
Um exemplo disso é a Rivian, que apresenta uma margem bruta negativa de 2,4 bilhões de dólares para 54 mil veículos produzidos, resultando em uma perda de 45 mil dólares por unidade vendida. Já a Ford registra uma perda de cerca de 37 mil dólares por veículo vendido aos concessionários.
Enquanto isso, a Tesla consegue lucrar mais de 8.400 dólares por veículo produzido, mesmo com os recentes cortes de preços afetando sua rentabilidade. A demanda por veículos elétricos continua alta, mas não atende às expectativas iniciais dos fabricantes e investidores.
Embora as vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in devam crescer 34% em 2023, em comparação com o aumento de apenas 9% no mercado global de veículos de passageiros, a expectativa é de um crescimento mais moderado em 2024. Elon Musk expressou preocupação com as altas taxas de juros que podem reduzir a demanda por carros elétricos.
Essa situação levou a Tesla a revisar suas metas para a Cybertruck e atrasar investimentos na fábrica do México. Da mesma forma, a GM e a Honda interromperam um investimento conjunto de 5 bilhões de dólares em veículos elétricos. A Ford também reduziu a produção de seus modelos elétricos e atrasou investimentos na divisão Ford Model E.
Montadoras europeias, como a Mercedes e o Grupo Volkswagen, enfrentam desafios de rentabilidade nos veículos elétricos e podem adiar investimentos. Em um cenário desafiador, os fabricantes precisam reduzir os custos de produção para acompanhar a demanda crescente por veículos elétricos.
Até 2025, espera-se que mais quatro grupos automotivos ultrapassem a marca de um milhão de veículos elétricos produzidos: Volkswagen Group, Hyundai Motor, General Motors e Stellantis.
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